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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

SONS DO BRASIL – CONHEÇA A BANDA DIAPASÃO



A banda Diapasão é de Belo Horizonte (MG) e foi formada em 2004, inicialmente como um trio. A formação atual é composta por Gustavo Amaral (baixo), Leandro César (violão), Adriano Goyatá (bateria e marimba), Alexandre Andrés (flautas) e Rodrigo Lana (piano).

- Atualmente estamos num processo de transição, o violinista (Ayran Nicodemo) está mudando para o Rio de Janeiro (RJ), pois foi convidado para entrar no “Itiberê Orquestra e Família”, então estamos em “fase de teste” para vermos se vamos continuar apenas com cinco músicos (o que é mais provável) ou se vamos procurar outro músico. – Diz Rodrigo Lana.

O COMEÇO
De acordo com o pianista Rodrigo Lana, ele sempre teve vontade de ter um grupo de musica, inclusive chegou a participar de vários grupos de diversas vertentes musicais, mas sempre era limitado pelos rótulos que eram postos. Foi quando em 2004 ele convidou o Gustavo Amaral para formar um grupo musical.

- Em 2004 eu estava terminando umas músicas para piano (sem muita pretensão), apenas compondo pelo prazer de criar algo, mas sempre tive vontade de ter um grupo de música, já entrei em vários grupos de diversos estilos musicais e sempre esbarrei com rótulos (progressivo, MPB, jazz, “popular”, ‘erudito”, etc.) que limitavam a criatividade e restringia o público. Então tive a idéia de chamar o Gustavo Amaral, para montar um grupo de música. Na época eu tinha acabado de fazer um show com o grupo Mestiço (que eu participava)  e num desses shows o baterista Fabiano Moreira participou, e trocamos várias idéias, os gostos musicais eram bem parecidos, aí não deu outra, chamei ele e daí surgiu o trio Diapasão. A maior dificuldade que tivemos e ainda temos, é de encontrar lugar para tocar nossa música, pois a proposta de fazer “música artística”, sem se preocupar com rótulos, nos deixa um pouco isolados dos “padrões”. Por outro lado, aproveitamos a diversidade da nossa música para tocar em festivais variados, no fim de 2009, por exemplo, tocamos no festival de Jazz da Savassi, e nem somos uma banda de jazz. A “cultura jazz” com certeza influencia nossa música, mas não ficamos restritos a ela. – Conta Rodrigo.

ESTILO
Rodrigo diz que o fato de serem uma banda instrumental foi algo que aconteceu naturalmente. Segundo ele, o grupo foi surgindo e tocar música instrumental, não foi algo premeditado. O pianista ressalta que hoje eles têm consciência do que é fazer música instrumental e de quanto é complicado ter um grupo que não usa a palavra para transmitir a mensagem.

- Em uma sociedade que é cada vez mais alienada e atrofiada para a música, acho que temos um papel muito importante, que é o de não deixar a linguagem musical ficar restrita a escolas de música e elites musicais. Queremos mesmo é tocar em praças públicas, mostrar nossa arte para o cidadão comum e estimular as pessoas para que a música volte, de alguma forma, a ser uma linguagem popular. Eu definiria nosso som como música artística, porque antes de qualquer coisa nós temos a preocupação de fazer arte. Nunca fizemos uma música pensando “toca de tal forma porque assim vende mais” ou “toca assim porque o público vai compreender melhor”, se tem um público que gosta da nossa música, é porque entenderam nossa arte, e não porque “mastigamos” a música para eles. A música quando é feita tendo a própria música como princípio, e não fins puramente comerciais, estimula o ouvinte ao invés de manipular, como anda acontecendo por aí. Eu sou contra a idéia de que é necessário “facilitar” a arte para que o público compreenda, acho que é melhor estimular o público para que a arte continue intacta. Isso também não significa que fazemos músicas “complexas” não, nós fazemos uma música que acreditamos, e dessa honestidade surgem músicas extremamente simples e outras extremamente complexas (e essa questão de “complexo” e “não complexo” é muito relativo também, a única coisa que importa é que temos a intenção de fazer MÚSICA e queremos que ela chegue ao público). - Afirma Rodrigo.


 O NOME
Segundo Rodrigo, Diapasão foi um nome criado por ele, e teria sido algo semelhante a nomear uma criança. O pianista ainda explica que diapasão, é um instrumento usado como referência para afinar os instrumentos musicais.

PRINCIPAIS INFLUÊNCIAS
Rodrigo conta que no inicio, a banda era mais rock in roll, rock progressivo, jazz, uma pitada de música brasileira e também de música histórica européia em geral (Bach, Beethoven, Chopin), porem sempre evitaram rotular as musicas, mas não negam suas influências.

- Atualmente temos uma bagagem de influências bem variada, mas eu acredito que nossa maior influência atualmente é a música brasileira (Egberto Gismonti, Hermeto Pascoal, Tom Jobim, Villa Lobos, Milton Nascimento, a própria música que se faz em Belo Horizonte hoje – grupo Ramo, Graveola e o Lixo Polifônico, Kristoff Silva, Quebrapedra, Madeirame, urucum na cara, agualuz, etc, etc,etc.... – Diz Rodrigo.

PROCESSO DE CRIAÇÃO
Falando sobre o processo de criação da banda, Rodrigo explica que é algo bem variado, ele relembra que no começo ele era o único que criava. Nessa época ele gravava a parte do piano, e as partes do baixo e da bateria ele fazia em um teclado e então enviava para o Gustavo e o Fabiano em uma fita K7.

- Hoje, além de “falar” música, nós temos a preocupação de escrever ela também. Atualmente temos uma formação melhor, então tem o processo de sentar em casa e escrever a música, outro de juntar todo mundo e fazer o arranjo de ouvido (fizemos isso no arranjo “Trem de Areia”, uma mistura de trem caipira do Villa lobos com Ponta de Areia do Milton nascimento), também trabalhamos com a composição aberta, a última que eu fiz foi dessa forma (escrevi as melodias principais, harmonia, algumas células rítmicas e estamos criando o arranjo juntos). Com o tempo todas as músicas acabam mudando um pouco, porque sempre estamos mexendo nos arranjos (de ouvido ou escrevendo novamente). Atualmente também estamos com a pretensão de criar músicas juntos (todo o processo de composição juntos) e agora que finalmente temos um espaço nosso para ensaiar acho que isso será possível. A inspiração existe, mas é com o estudo das obras dos grandes gênios (Pixinguinha, J.S.Bach, Beethoven, Villa Lobos, Egberto Gismonti, Hermeto Pascoal, Tom Jobim, etc.) que aprendemos muito sobre a linguagem musical e muito da inspiração vem das músicas desses compositores. – Ressalta o pianista Rodrigo Lana.

TRABALHOS GRAVADOS
A banda Diapasão tem um disco gravado intitulado "Opus I" que pode ser baixado na internet. A banda agora está preparando seu próximo CD que pretendem lançar no ano que vem.

 - "Opus I"é um registro de um período do grupo que tem pouca relação com a música que fazemos hoje. Atualmente estamos preparando o próximo disco que contará com músicas de quase todos os integrantes, nesse ano de 2009 o grupo cresceu muito, ganhamos o prêmio BDMG Instrumental, e tocamos em importantes espaços como o SESC Instrumental, Savassi Jazz Festival e Festa da Música, durante esse período o repertório tomou forma e quem assistiu o show recentemente já viu uma prévia do que será o CD. Estamos aguardando resultados de editais de leis para viabilizarmos a gravação em 2010. – Conta Leandro Cesar.

CONTATOS

 
- Não recomendamos apenas a nossa música, quem estiver a fim de conhecer música feita hoje, em Belo Horizonte (MG) existe uma quantidade muito grande de boa música atualíssima. Junto com o Diapasão recomendo Ramo, Urucum na Cara, Graveola e o Lixo Polifônico, agualuz, Rafael Macedo, Antonio Loureiro, Quebrapedra, João Antunes, Misturada Orquestra, Kristoff Silva, Makely Ka, Juliana Perdigão, Pablo Castro, Felipe José, Capim Seco, Madeirame, Prucututrá, Corta Jaca e por aí vai... – Banda Diapasão.

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