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sábado, 23 de julho de 2016

SONS DO BRASIL – CONHEÇA A BANDA RASTROS DE ÓDIO








A banda Rastros de ódio é de Belo Horizonte e foi formada em 2012, inicialmente com a proposta de tocar um som que englobasse punk, hardcore e grindcore. A formação atual é composta por Cleuber Toskko (vocal e guitarra), Marconate (bateria), Igor Podrão (guitarra e back vocal) e Tim (baixista em teste).


O INICIO
Cleuber conta que a banda teve inicio diferente do que a maioria costuma ter. Ao invés de reunir integrantes para depois criar e definir as musicas, ele optou por gravar uma espécie de “guia” (guitarra e vocal) de 11 musicas que compôs e com o material pronto partiu em busca de músicos que se encaixassem e se identificassem com a ideia da banda. Com isso o Rastros de ódio teve sua primeira formação, fizeram shows, e lançaram dois EP’s, em 2013 “O mundo em estado de óbito” e em 2014 “Bem vindos ao Brasil”.

Segundo Cleuber, a ideia era que nos próximos discos os demais integrantes também participassem das composições. Porem houve varias alterações de formação e ele continuava compondo. Então, quando a banda chegou à atual formação, já havia mais 12 musicas novas.

- Para o primeiro passo, com o Rastros De Ódio, isso deu mais certo do que das outras vezes, quando tentei formar outras bandas convidando primeiro as pessoas e depois tentando compor junto. Geralmente isso acaba criando certos atritos, porque um gosta de tal estilo e o outro não, um quer escrever sobre tal assunto e o outro não. Isso é chato pra caralho, gera muita discussão, discórdia e às vezes dá até brigas, e não tenho mais saco pra isso. Então pulei essa fase e fui sozinho direto para o estúdio. A partir disso, para os próximos discos, eu queria que os músicos passassem a compor, pois a ideia do início foi só para dar o ponta pé, para começar sem stress e para que todos entendessem o estilo das letras, do som e da filosofia da banda. Mas, o Rastros De Ódio sofreu várias alterações na formação, entende? E eu não deixei de compor, continuei trabalhando. Houve momentos em que a banda só tinha eu e mais um integrante. Quando a banda chegou na atual formação, eu já tinha doze novas músicas prontas. Nesse álbum que estamos gravando vai entrar onze músicas minhas e uma do Marcus.  – Explica Cleuber Toskko.

FORMAÇÃO ATUAL
Falando sobre como os integrantes se conheceram Cleuber lembra que a banda passou por diversas alterações na formação desde seu inicio. Com relação a atual formação ele explica que o Marcus ‘‘Marconate’’ (baterista) é seu amigo faz pelo menos uns 18 anos e em uma das mudanças de formação, Cleuber o convidou para assumir o posto no Rastros De Ódio, porem de acordo com o guitarrista e vocalista, Marcus já tinha a intenção de vender sua bateria e abandonar a musica e com isso, combinaram que ele seria o baterista da banda por dois shows em 2014. Porem, Marconate se empolgou com o som e decidiu permanecer.

- Quando mudei a formação da banda chamei o Marconate para assumir as baquetas. No início ele não queria ficar no Rastros De Ódio porque não pretendia mais ter banda, tinha a ideia de vender a bateria e parar de vez na carreira de músico. Combinamos então que ele só me ajudaria a cumprir com a agenda de dois shows, um aqui em BH, em setembro, e outro no RJ, em dezembro, ambos em 2014. Mas, acabou que ele ficou, para a minha felicidade é claro, pois, o Marcus é um excelente músico e um velho amigo. Naquela época, o nosso som estava mudando para um metal mais pesado e ele sempre curtiu sons mais na linha do death metal.  – Diz Cleuber.

Já a entrada do hoje guitarrista Igor Podrão, Cleuber explica que aconteceu de forma inesperada. Eles fariam um show em dezembro de 2015, porem sem baixista. Apesar de ser guitarrista por essência, Igor se ofereceu para tocar baixo no show e acabou assumindo o posto por alguns meses até que o antigo guitarrista acabou sofrendo um acidente e com isso Igor se tornou o guitarrista e para o baixo atualmente testam o Tim Soarez.

- A entrada do Igor ‘‘Podrão’’ foi inesperada. Nós íamos tocar, sem baixista, com o Olho Seco em dezembro de 2015, daí o Igor se ofereceu para tocar baixo nesse dia. Ele não é exatamente um baixista e sim um guitarrista, mas, para que a banda não ficasse sem baixista nesse show, ele tocou e se saiu muito bem. Desde então ele está com nós, ficou tocando baixo até uns dois meses atrás e agora assumiu a guitarra definitivamente, instrumento em que ele "deita e rola", toca muito, é um puta guitarrista. O Leles que era o nosso guitarrista, mas ele sofreu um acidente recentemente, que acabou o impossibilitando de ir para o estúdio gravar nosso álbum “full” que está em andamento, e também não vai conseguir viajar com a banda na turnê. Eu e Marcus montamos o cronograma das gravações e das turnês a mais de um ano. Fizemos investimentos financeiros altos, colocamos em risco nossos empregos e até nossos relacionamentos familiares nesse cronograma e não temos como parar tudo agora e esperar a recuperação do Leles que é um cara fantástico, tanto como músico quanto como pessoa. No baixo, agora estamos testando Tim Soarez, que fez poucos ensaios, mal teve tempo de pegar as músicas e já teve que subir no palco. – Conta Cleuber.

O NOME
O nome “Rastros de ódio” foi inspirado em um filme de faroeste homônimo, lançado em 1956. Cleuber explica que desde criança assiste filmes desse gênero com seu pai, mas ressalta que apesar do mesmo nome, a banda não tem nenhuma semelhança com o filme.
 
- Apesar de a banda ter o mesmo nome do filme, a intenção não é de fazer alusão a ele, em nada. Eu gosto desse nome porque, na concepção da banda, ele traduz bem a filosofia que empregamos de ódio e revolta ao sistema, algo que trabalhamos muito nas mensagem das letras. A ideia de deixar seus ‘‘rastros’’ de ódio por onde passa, veio bem a calhar. – Diz o guitarrista e vocalista.

INFLUÊNCIAS E REFERÊNCIAS
As preferências musicais de cada integrante do Rastros de ódio tem sua parcela de contribuição no som da banda, direta ou indiretamente. De acordo com os integrantes, há uma diversidade no que escutam e o ponto em comum é o gosto pelo metal, seja death ou thrash e pelo punk rock. Alem desses estilos, há também influencias vindas do jazz, do blues e de artistas nacionais como Raul Seixas e Zé Ramalho. Segundo Cleuber, desde que tenha qualidade sonora e letras inteligentes ele escuta. Já Igor Podrão conta que apesar de gostar de estilos mais pesados, até mesmo musica erudita o influencia.

- Eu tenho muita influência de dentro e de fora do metal, como por exemplo, jazz, blues e música erudita. Gosto muito de metal extremo com pegada jazz e fusion também. Porém desde sempre escuto a velha escola do death e thrash metal, assim como punk rock e hardcore podreira. Como influência para a banda eu não diria nomes, mas estilos. No baixo sempre gostei de uma pegada mais trabalhada e limpa, para sair da mesmice de baixo sujo. Daí vem a influência do fusion, claro que eu não tenho tanta técnica assim (risos). Na guitarra prevalece o que sempre estudei, a velha escola do death e thrash metal, e os solos gosto da pegada do blues e das fritadeiras de praxe (risos). – Conta Igor.

ALBUM COMPLETO
O Rastros De Ódio está gravando seu primeiro álbum full que será intitulado “Escravos Modernos” e esta previsto para ser lançado em setembro deste ano. As musicas, letras e arte gráficas do disco vêm sendo trabalhados desde 2013. Serão 12 faixas seguindo a linha do death metal punk. As musicas trarão temas que segundo Cleuber, pretendem contestar as injustiças do mundo, bem como confrontar a paralisia das pessoas diante da politia e da religião, que muitas vezes oprime e escraviza.

- Somos uma banda política, e dentro desse contexto escrevemos sobre tudo o que nos tira a verdadeira liberdade. Será um disco caótico, destruidor, as músicas estão sangrando ódio. Acredito que as pessoas irão gostar bastante. Nos shows já tocamos músicas desse álbum e a resposta tem sido muito positiva. Estamos dando tudo que temos de melhor nesse disco. Ele é bem diferente de tudo o que a banda produziu até agora, é mais pesado é mais raivoso. Ele será lançado pela Sinfonoise Distro Records, inicialmente em formato CD. A data de lançamento está prevista para setembro deste ano e ele será vendido nos shows, na página da banda e na página do selo Sinfonoise, além da cooperação de outros selos e lojas em sua distribuição. – Explica Cleuber.

CAOZ MAGAZINE E SELO SINFONOISE DISTRO RECORDS
Em 2012, junto com sua esposa, Cleuber fundou o selo Sinfonoise Distro Records para lançar o 1° CD-EP do Rastros De Ódio, e a partir disso também passou a trabalhar como outras bandas e promover shows. Foram lançados cinco bandas de Belo Horizonte, e segundo Cleuber, em breve será lançada a sexta. A revista Caoz Magazine lançada neste ano e esta em sua segunda edição. A revista tem a intenção de apoiar a cena independente e é feita na versão impressa, porem em alguns momentos também terá versões on line.

- O selo, assim como a revista, veio para dar suporte as bandas undergrounds, e o que estiver ao nosso alcance faremos para ajudar a cena nacional. Já a revista é mais recente, de 2016, sua periodicidade é trimestral. Ela é lançada em formato físico, e em algumas vezes vamos disponibilizar versões online, como fizemos com a primeira edição, mas isso não será feito sempre. A Caoz Magazine tem como objetivo apoiar 100% a cena underground em suas 48 páginas coloridas. As pessoas podem conhecer e adquirir esses trabalhos buscando no facebook, acessando nossas fanpages. – Diz Cleuber. 

CENA BRASILEIRA
Para Igor e Cleuber, de certa forma a cena brasileira evoluiu de uns anos pra cá, mas ainda existem problemas que por muitas vezes acabam desmotivando os músicos e produtores, como a falta de presença e apoio por parte do publico. Segundo eles, a geração atual muitas vezes prefere acompanhar as bandas de forma virtual e com isso até mesmo shows de bandas consagradas acabam não tendo a quantidade de pessoas esperadas ou até mesmo, tendo um publico muito menor do que em anos anteriores.

- Temos excelentes bandas, bons selos, distros, zines, imprensa em geral, bons produtores de shows, grandes festivais e etc. Infelizmente o que está faltando nos últimos anos é uma maior presença do público. Os shows estão minguados para todas as bandas, fui ao show do Napalm Death mês passado, aqui em Belo Horizonte, e o público não passou de uns trezentos e poucos pagantes. No show do Exodus, também esse ano, estava vazio, se fosse no início dos anos 1990 esses shows estariam entupidos. A geração de hoje é muito diferente da anterior, ela não comparece em peso nos shows. Aqui no Brasil o público está escasso, se voltaram para uma vida virtual. Ouvi dizer que na Europa isso aconteceu nos anos 1990, e agora a juventude está voltando a comparecer nos shows. Existem diversos outros fatores que prejudicam nossa cena, ficaríamos aqui até amanhecer o dia falando de todos, mas alguns desses são as malditas panelinhas que continuam existindo e corrompendo a cena, produtores picaretas, bandas que se acham fodonas e não ajudam em nada no desenvolvimento da cena. Esse lance também de disco virtual ferrou demais com os shows e com as vendas de discos físicos. As bandas, ao invés de lutar contra isso, estão aderindo a essa vida virtual. Não tenho nada contra disponibilizar o disco na internet, mas não o disco completo saca, apenas prévias, isso seria o mais legal a fazer. - Afirma Cleuber Toskko

- Vejo que, de um tempo para cá, grandes polos do metal nacional, como São Paulo e Belo Horizonte, até mesmo o Rio de Janeiro, tem perdido certo espaço na cena underground, perdido apoio. Regiões como nordeste e sul têm crescido demais, e pela minha visão, são assim porque eles se apoiam, tanto bandas como produtores e o público também. Hoje todos querem ir pra Bahia tocar em festivais, e no Sul ver belas bandas e uma galera enorme apoiando, e anos atrás queriam só saber de Belo Horizonte... e hoje, vir tocar aqui, as vezes é sinal de prejuízo. – Diz Igor Podrão

TRILHA SONORA
Em 2015 a convite do diretor mineiro Sávio Leite, a banda teve musicas no curta metragem “MARCATTI”( https://vimeo.com/109684564), documentário que fala sobre a vida do cartunista Francisco Marcatti Jr. Cleuber conta que foi uma oportunidade muito interessante e que o convite surgiu após o diretor assistir um show da banda em 2014 na cidade de Belo Horizonte. O vocalista e guitarrista explica que apesar de Marcatti ter sido o autor de algumas capas de CD da banda Ratos de porão, Sávio Leite optou por ter uma produção totalmente mineira e como eles são conterrâneos do diretor, ele preferiu dar espaço a eles.

CONTATOS
Telefones: (31) 3018-4371 / 98762-6004 / 99789-8565

- Agradecemos pelo espaço cedido ao Rastros De Ódio. Deixo aqui o convite ao leitor para conhecer nosso trabalho acessando nossa página no facebook ou o nosso site, ambos contêm um vasto material da banda. Se possível compareçam em nossos shows. Fiquem ligados em nossa agenda que está sendo organizada em decorrência da turnê do disco, possivelmente vamos tocar em sua cidade. Alguns shows passarão por MG, ES, SP, DF, GO, RJ, PR, etc. Obrigado a todos que cederem um pouco de seu tempo para ler a entrevista. Continuem apoiando o nosso underground. Humildade sempre!Rastros do ódio

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