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quinta-feira, 12 de maio de 2011

ENTREVISTA COM OTÁVIO DI TOLEDO


A entrevista que posto, foi feita por email com o jornalista Otávio di Toledo, que é comentarista do programa Alterosa Esportee apresentador do programa “Viação Cipó”. Toledo começou como repórter esportivo no Diário da Tarde em 1993 e em 1998 começou a assinar a coluna do America no mesmo jornal e por isso também foi convidado a participar do programa Alterosa Esporte. O jornalista também é um dos idealizadores do time Forrobol que atualmente é uma ONG que ajuda crianças e jovens através do esporte.

Confira a entrevista completa a seguir.

Possilga: Na sua juventude, você jogou no futsal do Cruzeiro e também pela Seleção Mineira, sendo campeão nos dois times. Quem te incentivou a gostar de futebol e quais lições você aprendeu nessa época?

Otávio di Toledo: Meu grande incentivador foi meu pai Toledo que foi jogador profissional nas décadas de 50 e 60 jogando pelo América e campeão no Atlético em 63 e sempre me acompanhou, tanto no futebol de campo quanto nos jogos de salão. Aprendi a competir, ter determinação, buscar meus objetivos e ter persistência.

Possilga: Com 19 anos você ingressou no curso de jornalismo, o que te levou a fazer essa escolha?

Otávio di Toledo: Sou uma pessoa idealista e vi no jornalismo a possibilidade de lutar por uma sociedade mais digna e justa.

Possilga: Qual sua opinião em relação ao jornalismo atual, tanto esportivo como em outras áreas?

Otávio di Toledo: O jornalismo hoje está muito ligado aos interesses financeiros. Em uma sociedade capitalista o dinheiro fala mais alto e a verdade muitas vezes é omitida ou distorcida.

Possilga: Fala um pouco de como foi seu começo no Diario da Tarde como repórter esportivo.

Otávio di Toledo: Comecei no Diário da Tarde, como repórter esportivo e durante um bom tempo fiz coberturas de futebol amador e do esporte especializado, posteriormente me tornei repórter da Grande-BH. Em seguida assumi o cargo de editor desta categoria permanecendo nesta função por 14 anos.

Possilga: Se fosse dar um conselho para quem esta começando como jornalista, baseado na sua experiência, qual seria?

Otávio di Toledo: Para ser um bom jornalista é necessário ter determinação, ser comprometido com a verdade, ler muito para elaborar um bom texto e principalmente gostar da profissão, que infelizmente é mal remunerada.

 Possilga: Mesmo tendo jogado no futsal do Cruzeiro quando criança, você é um torcedor do America. Como surgiu essa paixão pelo coelho?

Otávio di Toledo: Como disse anteriormente meu pai jogou profissionalmente no América, meus tios são americanos, é uma tradição de família que já passei para os meus três filhos.

Possilga: Quando foi convidado para ser o representante do America na bancada democrática do Alterosa Esporte você imaginou que o programa poderia chegar ao patamar que chegou, sendo um dos melhores programas esportivos do país?

Otávio di Toledo: Sim, o brasileiro é apaixonado por futebol e o formato do programa é muito bom, tanto que é um sucesso de audiência há 13 anos. Por ter uma conotação descontraída os telespectadores se sentem muito próximos a nós e acredito que este é o grande diferencial nosso.

Possilga: Como é o convívio entre você e os demais representantes de Cruzeiro e Atlético e qual sua relação com os que já passaram pela bancada e hoje estão em outras emissoras?

Otávio di Toledo: Temos uma ótima relação de trabalho. Quanto aos integrantes anteriores sou amigo de alguns com quem mantenho contato como Dudu, Bolivar, Serginho e quanto aos demais apesar de não ter proximidade nunca tivemos nenhum tipo de atrito.

Possilga: Você é o único integrante original da bancada, vários repórteres e também comentaristas do programa foram para outras emissoras, você foi e é assediado pela concorrência? E como você lida com isso?

Otávio di Toledo: Sim várias vezes, vejo como um reconhecimento pelo meu trabalho e fico satisfeito com isso.

Possilga: O Alterosa Esporte é um programa esportivo, mas em alguns momentos você faz algumas colocações políticas. Somando isso a enorme audiência do programa e também com as ações promovidas pelo Forrobol, imagino que alguns partidos políticos já tenham te convidado a ser candidato. Isso realmente já aconteceu? Se sim, como você reagiu?

Otávio di Toledo: Sim, já fui convidado para ser candidato várias vezes mas optei por dar continuidade aos meus projetos, Forrobol, Viação Cipó, Alterosa Esporte que já consomem boa parte do meu tempo.

Possilga: Falando do time do Forrobol, quando que surgiu a idéia de se fazer uma ONG e ajudar crianças carentes através do esporte? Você acredita que esse exemplo poderia ser seguido por empresários e também por nossos governantes?

Otávio di Toledo: Começamos há seis anos para ajudar meninos carentes que jogavam futebol no Clube dos Oficiais da PM/MG. Eu era técnico voluntário lá e, vendo as dificuldades dos meninos, senti a necessidade de usar o meu prestígio para contribuir de alguma forma com eles. Começamos conseguindo bolsas em escola particular, depois refeições, treinos, transporte. O time foi melhorando é hoje é referência nas categorias de base, já venceu os grandes da capital em algumas oportunidades e, além do aspecto social, possui excelentes atletas, alguns já estão em times de fora, como o Bahia e o Corinthians Alagoano.

Acho que, na verdade, quando montamos uma ONG, estamos assumindo o papel do Governo. Muitas vezes acho errado isto, pois a gente gasta tempo, dinheiro do bolso, se esforça e, na maioria das oportunidades, os governos (municipal, estadual e federal), que teriam a obrigação de assistir a estes meninos, fecham as portas para nós, não ajudando em nada. Acredito que mais importante do que montar ONGs seria a gente pressionar os políticos, ver como os deputados e vereadores gastam suas verbas. Eles podem fazer muito mais do que a gente, só que o dinheiro sempre vai para amigos ou fundo de campanha.

No Brasil está tudo errado e, depois de anos lutando para ajudar 200, 500 meninos, vi que isto não muda muito o quadro de desigualdades do País. O que pode promover uma transformação forte é a política e a nossa pressão em cima destes senhores que tem o poder, mas não fazem absolutamente nada.

Possilga: Quais foram e quais são as principais dificuldades em se manter esse projeto social do Forrobol?

Otávio di Toledo: Sempre é dinheiro, pois as necessidades dos meninos são muitas e a nossa capacidade de conseguir recursos não aumenta na mesma proporção.

Possilga: Qual o motivo de você demonstrar ter uma ligação muito forte com as cidades do interior de Minas Gerais, mesmo tendo nascido na capital?

Otávio di Toledo: Sempre fui com meu pai e minha família para Baependi, no Sul de Minas, terra do Toledão. Lá, nadávamos no rio e visitávamos as pessoas na roça. Foi assim que tomei amor e carinho pela zona rural e pelo interior.

Possilga: O programa Viação Cipó, que mostra as belezas e riquezas do interior de Minas Gerais, foi uma idéia sua? E como é trabalhar viajando por lugares tão bonitos e conhecendo pessoas com historias tão interessantes?

Otávio di Toledo: Não, a idéia foi do Carlos Ribas, da produtora Cisup Ltda. E do Leandro Neves, que era nosso colega de Alterosa e hoje está na Record. Trabalhar desta forma é maravilhoso. Cansa fisicamente pelas distâncias de nosso estado, mas traz conhecimento e grandes amizades. As pessoas são muito receptivas, nos tratam bem e nos ensinam muito. É ótimo fazer a Viação Cipó.

Possilga: Para finalizar, gostaria que você deixasse um recado convidado os leitores do blog a assistir você tanto no Alterosa Esporte como no Viação Cipó.

Otávio di Toledo: Posso dizer que fazemos estes programas com muito carinho e responsabilidade. No  Alterosa Esporte queremos levar informação e diversão a este mundo que está cheio de tristezas e problemas. A Viação Cipó é um programa poético, que nunca apelou para ter audiência e se mantém firme no propósito de valorizar Minas Gerais na sua essência. Assistindo aos programas que fazemos e prestigiando nossos patrocinadores as pessoas podem mantê-los no ar. Caso contrário, como tantos outros bons projetos, eles podem deixar a TV, abrindo espaços, ás vezes, para programas que não levam nenhum conhecimento às pessoas. Agradeço a todos pela audiência e garanto que um dia Minas Gerais e seu povo serão valorizados como merece.

O programa Alterosa Esporte é exibido de segunda a sexta-feira de 12:10 as 12:50, o Viação Cipó é  todo domingo, às 10:00, com reprise às quintas-feiras, às 14:00.

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