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A escritora Marina Colasanti esteve em Montes Claros nessa quinta-feira, 23, para fazer a palestra de abertura do projeto Forma Leitores, que faz parte do programa Estado de Minas Tim Grandes Escritores.
A autora possui mais de 30 títulos publicados e já recebeu diversos prêmios literários, alem de escritora é também poeta, jornalista, pintora, já foi publicitária, roteirista e apresentadora.
Em entrevista ao reporter Samuel Fagundes, pelo jornal O NORTE Marina Colasanti fala sobre literatura, seu amor pelo jornalismo e sobre a leitura no Brasil. Confira a seguir:
Samuel Fagundes: Como é para você retornar a Montes Claros?
Marina: Eu viajo muito por Minas, pelo interior, e para mim é sempre uma alegria muita grande, a cultura tem que ser levada para todas as partes.
Marina: O leitor é um individuo que se debruça sobre os livros, e ao fazer isso ele adentra no livro com seu sentimento, e isso não muda. O leitor é sempre leitor independentemente da cidade em que vive. Nos grandes centros, os livros são mais acessíveis e as pessoas por muitas vezes estão mais aptas à leitura. A leitura atinge a alma do ser humano.
Marina: Hoje em dia já existe um consenso universal de que o livro não só é importante para a formação de cidadãos como também para a formação do individuo como pessoa. A leitura é necessária no nosso dia-a-dia, pois traz cultura e conhecimento.
Marina: Virou moda dizer que o brasileiro lê pouco, e eu não concordo com isso. Por muitas vezes quem critica nem é um leitor. A questão não é que os brasileiros lêem pouco, é que queremos que leiam mais, esse é o ponto principal.
Marina: Existem varias coisas que eu não faço, mas tudo que eu fiz e que faço, é porque tenho o desejo de fazer, não fiz nada pensando na carreira profissional. É da minha natureza estar sempre diversificando, procurando novas coisas.
Marina: O jornalismo brasileiro hoje em dia, principalmente o cultural está muito fraco. Me dá vontade de sentar na beira da calçada e chorar. O jornalismo está mais dinâmico, utilizando-se dos recursos atuais como a Internet para divulgar e obter informações, mas por outro lado eu percebo que muitos jovens saem das universidades despreparados, muitas vezes se apoiando nos “googles” da vida e ao invés de fazer uma pesquisa de campo mais abrangente, fazem as coisas “nas coxas”. Eu tenho paixão por jornalismo, mas as pessoas têm que saber também que o jornal não é apenas um prestador de serviço, é uma empresa, e como tal tem que gerar lucro. Os jornais dos grandes centros têm mais recursos e por isso na maioria das vezes são mais bem trabalhados, o que não nos impede de se encontrar uma anta num jornal de uma capital ou de se encontrar um grande jornalista num jornal do interior.
Marina: Eu sou apenas uma vírgula desse projeto, haverão também oficinas, intervenções artísticas e palestras de outras pessoas que também são muito importantes para a fomentação da leitura. Eu sou uma militante da leitura, e quando você a leva para algum lugar ela naturalmente adere às pessoas. O mais importante é que daqui saiam formadores de leitores, não devemos deixar essa responsabilidade só para as escolas, um pai, uma mãe ou uma avó que tenha o hábito de ler e incentivar seus filhos e netos é um formador e essa atitude de dinamizar a formação de novos leitores é de suma importância. Na palestra eu falo sobre a leitura, sobre e-mails que eu recebo de pessoas que trabalham com projetos de leitura em diversas partes como em presídios e a parte que eu mais gosto, que são as perguntas da platéia, onde as pessoas que estiverem presentes podem tirar suas duvidas e é disso eu posso perceber como que o público absorveu toda essa informação.
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