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terça-feira, 10 de novembro de 2009

ENTREVISTA COM ANDRÉ KOSTTA


A entrevista que segue, foi feita com André Kostta, produtor, compositor, músico e editor musical. Já trabalhou com diversos nomes da musica nacional e internacional e recentemente criou seu selo e editora a Blast Stage Records. Confira a entrevista a seguir.

POSSILGA: Para começar, eu gostaria de te agradecer pela entrevista e perguntar; você é produtor, compositor, músico, editor musical, já trabalhou e fez parcerias com grandes nomes da musica, em 2008 lançou seu selo e editora, qual o balanço que você faria dessa sua trajetória no cenário musical?

ANDRÉ KOSTTA: Bom eu que tenho que agradecer por ter gente tão interessada como você na cena Indie no Brasil nesse momento de transição confuso nas gravadoras, em que elas não sabem se voltam a fabricar vinil ou se tentam criar novos mecanismos para venda de música na internet ou em produtos que possam ter seu conteúdo agregado. A vida é um grande aprendizado, a cada dia tenho mais certeza disso, e acho que vou ainda aprender muito! Bom, a Blast Stage Records foi criada em 2008, mas começou realmente com atividades a mais ou menos uns cinco meses, então fica complicado de avaliar, pois os produtos estão começando a serem divulgados e a tocar em rádios e os artistas começando a gravar em TVs, então ainda é muito prematuro falar algo sobre uma explosão, mas sobre a minha trajetória tenho a dizer que ainda estou trilhando caminhos e quando decidi montar meu selo foi justamente por ter trabalhado em várias empresas até porque  você só pode modificar as coisas se o negócio for realmente seu, pois existe uma série de obstáculos humanos para serem burlados nelas (rs).

POSSILGA: Como começou o seu interesse pela musica?

AK: Em casa desde pequeno eu escutei música, minha mãe ouvia Elis Regina e meu Pai Cliff Richards e Beach Boys, então sempre escutei música boa, o que moveu meu interesse. O que você pode esperar de um menino de seis anos de idade que ganha de aniversário o nascer de novo do Black Sabbath, e que o primeiro show que assistiu na vida foi o do KISS no Maracanã em 1983 se não me engano!

POSSILGA: Tendo realizado várias coisas, participando da cena musical de varias maneiras, quais seriam seus principais objetivos atualmente? Eles mudaram muito com o passar dos anos ou você sempre teve uma “meta” se assim posso dizer?

AK: Olha isso é complicado, eu sempre digo que a música me levou a vários lugares e me deu credencial VIP para o Céu e para o Inferno, tudo isso sempre me levou de volta a ela (rs).

POSSILGA:  Quando foi que você teve a idéia de criar a Blast Records e qual foi o motivo?

AK: Olha como você sabe, eu sou músico e  já tive meus grupos desde muito novo e o que acontece que entendo a ralação de ter uma banda nova e sem estrutura de carregar amplificador  nas costas dentro do ônibus para tocar em qualquer roubada pelo sanduba do fim de noite e ainda assim sair feliz e acreditando naquilo e que poderia dar certo mesmo assim... mas eu também sei que fui um sortudo porque bem novo mesmo aos 17 anos de idade tive a grande oportunidade de encontrar 2 caras que mudaram minha vida e de ver a cena que já não era tão independente para mim naquele momento que era Aramis Barros e Max Pierre respectivos Produtor musical e Diretor Artístico da Som Livre.Com eles eu entendi que a função de uma gravadora não é criar astros e nem produtos e sim amplificar grandes artistas e fazer eles chegarem ao maior número de pessoas possíveis e que você lançar um artista não garante sucesso e o que faz um artista ser sucesso é a quantidade de valor agregado ao seu trabalho que tem que ser árduo e também caráter. Mas o tempo passou e tive passagem por outras  gravadoras,selos e realmente eu estava insatisfeito com a forma em que eles tem visto os artistas e de como pessoas tão despreparadas tomavam conta delas, em uma das minha últimas passagens por uma delas quando pedi demissão e comuniquei ao meu chefe que estava de saída por não me adaptar ao sistema engessado deles,ele me disse que se eu sabia tanto de Editora e de Gravadora porque não abria a minha e hoje a BLAST em alguns meses tem cinco vezes mais VIEWS de Myspace que a gravadora que ele trabalha ainda, e que existe a algumas décadas gostaria que ele fizesse uma projeção disso, bom o que ele não entendeu é que não era nada pessoal era somente uma insatisfação que por um tempo me causou frustração e que hoje com BLAST acabo de exorcizar meus fantasmas e posso colocar em prática o que vi de bom e aprendi até com ele também

POSSILGA: Qual a sua opinião em relação ao atual cenário da musica brasileira, principalmente o independente, que ganhou muita força com as facilidades da internet?

AK: Eu acho sensacional! Com a internet a coisa ficou bem mais democrática, tanto que minha primeira preocupação quando criei a BLAST foi a distribuição digital e não mais uma mídia física (CD) que virou artigo para dar de presente para apresentador de TV.
 
POSSILGA:  Você é a favor dos downloads gratuitos? Como você vê a questão das mp3’s?

AK: Olha isso é complicado... As novas bandas que acham que liberando o seu conteúdo gratuitamente na net será sua salvação, sendo que isso esta gerando um grande colapso na indústria, porque se você libera o conteúdo gratuitamente, como você vai pagar os profissionais que participaram da gravação? A mulekada tem que isso não vai resolver o problema. E essa questão de mp3 também é complexa, por exemplo, em 1980 era uma moda gravar fita cassete do vinil que o vizinho tinha, é isso pirataria? Não acho! Se não, eu sou o maior dos criminosos, pois cansei de fazer isso, mas nunca mais deixei de comprar os discos.

POSSILGA:  Qual seu estilo de som preferido? E qual o pior tipo de som ou artista em sua opinião?

AK: Eu gosto de tudo, lógico que tenho tendências roqueiras na minha formação e também tem meu lado eletrônico, sou completamente viciado em softwares de LOOPS e de baterias que atualmente são meus preferidos, pois adoro programações e seqüenciadores. No final dos anos de 1980 e início dos de 1990, escutei muito Depeche Mode, ao mesmo tempo em que escutava Metallica e era fã do The Cure. Em resumo, sou um caldeirão em ebulição! Agora eu não discrimino nada acho que existem dois tipos de música a boa e a ruim, e em minha opinião, o pior tipo de artista é o que fala em terceira pessoa, isso me causa náuseas (rs).

POSSILGA:   Você ainda faz shows ou não sobra mais tempo?

AK: Já tive alguns convites para ensaiar uma volta, mas não tenho tido tempo para isso, meu tempo está curto, o dia tinha que ter 48 horas, mais não está descartado, quem sabe?

POSSILGA:  Em sua opinião, qual seria a melhor área para se trabalhar dentro do cenário musical? Ser músico ser produtor, editor, o que?

AK: Acho que a melhor coisa da vida é trabalhar com música independente de que função.

POSSILGA:  Para finalizar eu gostaria de te agradecer mais uma vez pela atenção, e pedir que você escreva uma mensagem para o pessoal que acessa o blog, e também deixar os contatos e links para quem quiser conhecer mais sobre seu trabalho e sobre a Blast Records.

AK: Eu que agradeço o espaço, tanto para mim quanto para as bandas novas que você divulga no blog. E para as bandas que estiverem lendo isso, toquem, por favor, divulguem se muito, muito mesmo e não pensem que uma gravadora vai mudar sua vida e sim você.

Para conhecer mais sobre o trabalho de André Kostta acesse:
www.myspace.com/blastmusiclabel ou www.blastmusic.com.br

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